quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Eleição ou Abstenção?

Entre votar e curtir o feriadão muitos dos "eleitores" brasileiros ficaram com a segunda opção

No último domingo todos os eleitores brasileiros votaram para a sucessão presidencial, quer dizer, nem todos. Apesar de o voto ser obrigatório em território nacional, para maiores de 18 anos com a documentação em dia, muitos optaram por justificar seus votos e deixar a eleição à mercê dos votos dos outros, sem necessariamente concordar com o resultado. O número de abstenção bateu recorde no segundo turno, com 21,47%, maior índice registrado desde 1989 quando o Brasil voltou a eleger seu governante de forma direta.

Em vista que na última eleição presidencial em 2006 o índice também foi alto, 18,99% dos eleitores não votaram no segundo turno, medidas para evitar esta abstenção eram necessárias. Primeiramente, a data que foi estipulada não contribui para a presença no segundo turno, pelo contrário estimula a ausência já que correspondeu a um domingo em meio a um feriado. Brasileiro que sempre gosta de dar seu jeitinho, prefere viajar e não votar, e o jeitinho da vez é justificar.

A justificativa para se ausentar nas eleições é outra medida que deveria ser melhor esclarecida para nós eleitores. É no mínimo ambíguo o fato do voto que é obrigatório poder ser justificado, se tornando não-obrigatório. A justificativa deveria ser mais bem apurada e utilizada em casos extremos. Aos políticos antes do pedido pelo voto faz-se necessária a demonstração da importância do exercício deste.
O pior disto tudo é que vamos nos deparar por longos quatro anos com a hipocrisia dos que não exerceram seu “poder” de voto questionando os aspectos políticos e econômicos do país. A conseqüência deste ato só vai ser refletida quando de alguma forma a política que será adotada pela nossa futura presidenta, Dilma Rouseff, atingir estes “eleitores” individualmente. Afinal, a abstenção foi uma decisão individual em uma questão coletiva, e é justamente aí que está o problema, enquanto se pensar em política individualmente em uma democracia não se pode esperar muito do eleitorado brasileiro.

Rafaela Righetti


3 comentários:

  1. "[...]Afinal, a abstenção foi uma decisão individual em uma questão coletiva, e é justamente aí que está o problema, enquanto se pensar em política individualmente em uma democracia não se pode esperar muito do eleitorado brasileiro."


    Sem mais!

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  2. Penso que o grande problemas dos próximos anos sobre abstenções e reclamações é na dificuldade que as pessoas têm de se auto avaliarem, afinal na nossa sociedade, tudo o que acontece de mal é culpa do outro e ninguém tem culpa de nada, nem tem nada a ver com o que quer que seja. Por exemplo o caso de discriminação de parte do próprio povo, em que o sul-sudeste rico, escolarizado e bem desenvolvido e o norte-nordeste pobre, analfabeto e atrasado. como diz na Carta Capital. "Esta é, com toda certeza, a afirmação mais mentirosa de toda a política. Mesmo encerrada a campanha, a grande mídia, acostuma com a distorção, não voltou ao jornalismo. As cores pintadas no mapa não refletem a realidade, a não ser na lógica preconceituosa. Nem todo azul é azul e nem todo vermelho é vermelho." A propria sociedade segrega o Pobre, Analfabeto e atrasado e eles não estão apenas no norte-nordeste eles estão no país inteiro, mas como o problema não é meu e isso não me afeta, eu não tenho nada com isso.

    Para voce que vai reclamar 4 anos fica a dica:
    http://aterceiramargemdosena.opsblog.org/2010/10/12/para-voce-que-nao-votou-na-dilma/

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  3. Será que toda esta falta de consciência politica , não seja um reflexo da falta de cultura deste país.
    Somos um amontoado de eleitores , eternamente enganados por um amontoado de partidos politicos , sem comprometimento nenhum.
    Infelizmente , só seremos melhores , quando realmente a educação seja uma realidade nacional.

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